A síndrome do pânico, assim como a sua causa originária, a ansiedade, consiste em uma doença crônica e multifatorial. No Brasil, estima-se que 19 milhões de pessoas sofram de transtornos de ansiedade e podem desenvolver síndrome do pânico em algum momento.
Como outras patologias de ordem psíquica, a síndrome do pânico e a ansiedade podem ter os sintomas amenizados e controlados com a adoção de bons hábitos, incluindo na alimentação. Entenda mais a seguir!
O que é a síndrome do pânico? 3l2v2r
A síndrome do pânico ou transtorno de pânico é um transtorno psíquico caracterizado pela ocorrência de ataques de pânico, situações nas quais a paciente apresenta um medo intenso e abrupto sem causa aparente, além de sintomas físicos que incluem:
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falta de ar;
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palpitações;
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taquicardia;
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transpiração;
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dor no peito;
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náuseas;
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tontura;
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calafrios;
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formigamentos.
Além desses sintomas, o quadro leva a um receio frequente devido à preocupação de novos ataques, visto que não necessariamente há um fator que desencadeia a ocorrência, levando a mudanças comportamentais da paciente que busca controlar a situação.
O ataque de pânico pode estar relacionado com outras condições mentais, como ansiedade, transtornos depressivos, estresse pós-traumático e transtornos decorrentes do uso de substâncias psicoativas.
Qual a relação dos transtornos mentais e hormônios? l6pq
Ainda que nem sempre os transtornos mentais estejam diretamente relacionados com alterações hormonais, elas podem ter ação secundária nessas doenças e devem ser consideradas no tratamento.
Os hormônios mais diretamente relacionados aos sintomas da síndrome de pânico e outras condições mentais incluem:
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adrenalina: responsável pela reação de luta e fuga pode desencadear paralisia ou sintomas como taquicardia, suor excessivo, tremores excessivos e formigamento, que são as mesmas ocorrências de ataques de pânico e crises de ansiedade;
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noradrenalina: hormônio associado à regulação do sono, que pode ser prejudicado em pessoas com transtornos mentais, assim como o controle do peso;
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dopamina: relacionada à motivação, sensação de fadiga, memória e concentração;
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cortisol: também chamado de hormônio do estresse, tem ação inflamatória no organismo e pode contribuir no desencadeamento de crises quando em níveis elevados;
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DHEA: precursor dos hormônios sexuais.
Atualmente, o principal recurso usado nos tratamentos de quadros de depressão e ansiedade é a serotonina, também conhecido como hormônio da felicidade.
Ela na realidade é um neurotransmissor que interfere diretamente no funcionamento das glândulas suprarrenais.
Como a alimentação ajuda no controle de sintomas da síndrome do pânico? 4l1v2p
A alimentação é uma importante aliada no funcionamento adequado do organismo e não apenas na regulação do sistema digestivo, mas também neuromotor, imunológico, respiratório, nervoso etc.
Dessa forma, uma alimentação voltada às demandas dos pacientes com síndrome do pânico e outros transtornos mentais pode contribuir diretamente no controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida.
A seguir conheça alguns alimentos que vão contribuir na promoção da saúde e bem-estar do paciente com transtornos mentais:
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chocolate com mais de 75% cacau – contém pouco açúcar e é rico em tirosina, que estimula a produção da serotonina;
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aveia – rica em triptofano, um aminoácido que ajuda na liberação de serotonina;
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banana madura – é rica em carboidratos que estimula a produção de serotonina e vitamina B6 que aumenta a energia e disposição;
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folhas verdes escuras – ricas em magnésio que têm efeito antidepressivo;
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laranja, maracujá e acerola – são ricas em vitamina C que ajuda a combater o estresse e sensação de fadiga, além de contribuir no funcionamento do sistema imunológico;
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ovo – contém tiamina, niacina e colina que ajudam na promoção do bom humor;
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semente de abóbora e girassol – são opções ricas em triptofano;
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alface – é rico em lactucina que promove efeito calmante.
O mais adequado é uma dieta que priorize as frutas, verduras e legumes que são opções ricas em vitaminas, minerais e antioxidantes que contribuem na estabilização do sistema nervoso.
Alguns fitoterápicos, ingeridos em chás, também contribuem na saúde e amenização de efeitos da síndrome do pânico e transtorno de ansiedade como camomila, macela, iflora, melissa e valeriana.
Outro importante componente é a vitamina D que pode ser obtida com o consumo de peixes, como atum, sardinha e salmão, cogumelos, ovo e, principalmente, na exposição diária ao sol.
Pacientes com síndrome do pânico e ansiedade devem evitar cafeína e o consumo demasiado de doces.
Dada à importância da alimentação para uma ingestão balanceada de nutrientes, a nutrologia ou nutrição clínica é uma especialidade que pode contribuir no tratamento do paciente com transtornos mentais.
Na nutrologia o foco é entender os nutrientes dos alimentos, suas funções no organismo e a fisiopatologia, o diagnóstico e o tratamento dos distúrbios de nutrientes nas doenças.
Assim a clínica de nutrologia pode ser uma aliada no tratamento da síndrome do pânico, mas deve ser concomitante com as terapias prioritárias, que consiste no acompanhamento psicoterapêutico e na medicação, quando prescrita por psiquiatra.
Créditos (Imagem de capa): Divulgação
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