O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) marcou para o dia 23 de junho o julgamento dos recursos apresentados pelo Ministério Público e pelos advogados de defesa dos ex-pastores Georgeval Alves e Juliana Sales, nos processos que apuram as mortes dos irmãos Kauã Sales Butcovsky, de 6 anos e Joaquim Alves Sales, de 3, ocorridas em 2018 no município de Linhares, no Espírito Santo.
A pauta de julgamento da Primeira Câmara Criminal foi publicada nesta terça-feira (15), e cita os processos que envolvem os réus na lista dos que serão analisados. A previsão do TJES é que a sessão tenha início às 14h e se encerre às 19h do mesmo dia.
Recursos
Na sessão de julgamento da Primeira Câmara Criminal da próxima semana, serão analisados os pedidos de recursos apresentados tanto pela acusação, quanto pelos réus nos processos que apuram as mortes dos irmãos.
Nos pedidos feitos pelo Ministério Público, o promotor requer que seja mantida a decisão que pode levar Georgeval Alves a júri popular e também para que seja modificada a decisão da Comarca de Linhares que decidiu pela impronúncia de Juliana Sales. Caso isso aconteça, a ex-pastora também poderá enfrentar o Tribunal do Júri junto com o ex-marido.
Por sua vez, a defesa dos réus, no pedido inicial, contestou as provas juntadas no processo e espera que Georgeval seja absolvido pelos crimes em que foi denunciado, revogando a sentença dada na Primeira Instância. Já sobre a ex-pastora, a defesa pediu que ela seja absolvida sumariamente.
Vale lembrar que o Ministério Público denunciou o ex-pastor Georgeval pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, estupro de vulneráveis e tortura, além de acusar a ex-pastora Juliana Sales pelos mesmos crimes, na forma omissiva.
Entretanto, em maio de 2019, o juiz André Bijos Dadalto da 1ª Vara Criminal de Linhares, decidiu pela pronúncia do ex-pastor George Alves, como também ficou conhecido, levando o líder religioso a júri popular. Na mesma decisão, o magistrado entendeu que a ex-pastora Juliana Sales não deveria responder pelos crimes pelo qual foi denunciada, decidindo pela impronúncia dela o que resultou na apresentação de recursos de apelação no Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
O que dizem os citados
O Ministério Público foi procurado para comentar o caso, mas até a publicação desta reportagem não havia se pronunciado.
Para o advogado Síderson Vitorino, que atua como assistente de acusação no processo, a expectativa é para que o Tribunal de Justiça mantenha a decisão para levar o ex-pastor Georgeval Alves a júri popular. “É certeza, pelos elementos carreados nos autos, que o colegiado do Tribunal de Justiça, irá manter a decisão de pronúncia quanto à Georgeval”, comentou.
Já sobre a ex-pastora Juliana Sales, o advogado ressaltou que espera que a decisão da 1ª Instância seja modificada. “Quanto à Juliana, a instrução processual autoriza os desembargadores a reformarem a decisão do juiz de Linhares colocando-a novamente frente ao Tribunal do Júri”, completou.
A reportagem do Site da Serra tentou contato com os advogados de defesa dos ex-pastores Georgeval Alves e Juliana Sales, mas não obteve retorno.
Créditos (Imagem de capa): Divulgação/TJES
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