Há exatos trinta dias, o ator e humorista Paulo Gustavo deixou sua família e fãs órfãos da sua genialidade, exatamente no dia em que o Brasil registrou 412 mil mortes por Covid-19, no dia 4 de maio. Ele foi mais uma vítima da Covid-19.
De lá para cá, notícias sobre os andamentos da I da Covid-19, vigente no Congresso Nacional, com depoimentos que só reforçam a inável e inissível falta de iniciativa pelo poder público federal, uma manifestação, em protesto contra esse fato e em solidariedade às vítimas e a triste marca de, neste dia 4 de junho, 469 mil mortes, não deram nem 1 segundo de paz aos brasileiros.
E para colocar a “cereja” nesse bolo que ninguém quer engolir, o anúncio de uma competição internacional de futebol no Brasil, imediatamente, sem pestanejar.
Na época da morte de Paulo, cheguei a comentar, por aqui mesmo, que perder alguém que, além de nos trazer sempre um alento encantado em forma de riso, é perder um brasileiro que desde o início sempre lutou pela disseminação das boas condutas de proteção, fez campanha em prol da vacina, compartilhou notícias boas e ainda, ajudou com o poder da sua fama, a quem precisava.
Paulo não foi só um número, não foi só mais um que engrossou a diferença de 412 para 469, desde o dia da sua partida. Perdemos mais um pai, irmão, amigo, cunhado, tio, mãe, primo, conhecido, vizinho, colega, desconhecido. Paulo Gustavo hoje, representou a imensidão de Fs cancelados pela doença.
Não, esse não são só números, são o retrato da falta de informação, do diálogo, da obsessão por poder, do descaso, da intolerância, da triste realidade que é chegar em 2021 e perceber um retrocesso moral na humanidade.
Nem 1 segundo, 30 dias, 57 mil mortes, 1 Copa América. Esses, não são só números.
Fonte/Créditos: Opinião da autora
Créditos (Imagem de capa): Pixabay
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