Na próxima segunda-feira (8) é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data que faz alusão à luta do público feminino frente a nossa sociedade. Uma celebração anual que marca a manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor das mulheres.
Muitos avanços já foram alcançados nesta luta pela igualdade, mas ainda há muito a se fazer para que essa luta, um dia, seja apenas uma marca simbólica. Preconceito de gênero, jornadas de trabalho desiguais, covardias disfarçadas de responsabilidades incondicionais, submissão, disparate em remuneração, dentre outros enfrentamentos, são noticiados e propagados no nosso dia a dia. Mas, na contrapartida desses obstáculos, o Site da Serra preparou uma série de entrevistas com 5 mulheres que representam o empoderamento feminino da Serra.
Elaine Lopes, 36 anos, divorciada, moradora do bairro Planalto Serrano e mãe de duas filhas, está na profissão há 9 anos, por inspiração do pai, que era cobrador e sempre a aconselhou a “não estacionar” na profissão que ele exercia e que ela também já estava atuando. E com esse conselho, ela trocou de habilitação, fez curso e conseguiu uma oportunidade na empresa, ando a ser motorista inclusive, atuando com ele na mesma linha: ela dirigindo e ele como cobrador.
O pai, homem, inspiração para ela entrar na carreira, seguiu orgulhoso da profissão que a filha alcançou. Porém, pessoas da sociedade, mulheres também, agiram com preconceito com a escolha de Elaine.
“O mais triste foi que na maioria das vezes que eu sofri preconceito na minha profissão foi por parte de mulheres. Infelizmente as mulheres não valorizam outra mulher que está numa função que, geralmente seria de homem”, relembra a ex-cobradora, que há 9 anos é motorista do Transcol.
Girlane Lopes, 37 anos, casada, moradora de Planalto Serrano, mãe de dois filhos. Há 1 ano e meio, ela encarou o mesmo desafio da irmã e no seu caso, inspirada pelo marido. E, como Elaine também, ela enfrentou preconceito e o mais marcante foi de uma mulher.
“Ela se recusou a entrar no ônibus quando me viu dirigindo, chegando a dizer que ‘mulheres são muito devagar’. Eu não aguentei e respondi: nós mulheres temos que nos apoiar, dar força uma para a outra, a senhora nem viajou comigo ainda, vamos e depois, dê sua opinião”, contou a motorista, lembrando que ao final da corrida, a ageira não só aprovou a sua forma de conduzir, como a parabenizou.
Os desafios da vida profissional são grandes e, ganham uma dimensão ainda maior quando associados ao papel da mulher em ser mãe e dona de casa, por exemplo. E mesmo com todas as dificuldades, tanto Elaine, como Girlane, são unânimes ao afirmar que lugar de mulher é em qualquer profissão, é onde ela quiser.
“Não existe essa de ‘é só para homem’. Toda profissão é para quem tem a disposição de fazer. Se você tem uma amiga, uma irmã, uma mulher que tem vontade de fazer algo, você tem que apoiar. Eu como mãe de duas mulheres, sempre incentivo: bola para frente que você consegue”, destaca Elaine.
“Nós somos fortes, somos mulheres, nada é fácil, a inclusão não é fácil. Mas, é um direito nosso. Sempre vai haver desafios, lutas, mas a conquista da mulher é diária. No final de tudo, sempre vai ter uma nova chance”, finaliza Girlane.
Créditos (Imagem de capa): Acervo Pessoal
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