A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) Serra concluiu o inquérito policial que investigava a morte do agente socioeducativo Washington Luiz de Oliveira, ocorrido no dia 14 de maio de 2010, no bairro José de Anchieta, na Serra. Durante as investigações, três suspeitos foram detidos. O último suspeito foi detido, nessa quarta-feira (13), no mesmo onde aconteceu o crime. O resultado dessa investigação e das prisões foi apresentado em coletiva de imprensa, realizada nesta quinta-feira (14), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.
Washington Luiz de Oliveira / Arquivo pessoal.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, avaliou que as investigações da DHPP Serra demonstram que foi um crime com requintes de crueldade, numa emboscada. "Os três suspeitos já tinham agens pela polícia, crimes sérios e graves, como tráfico de drogas e roubo. Um crime planejado, com divisão de tarefas, o que demonstra que não é um homicídio qualquer", disse Arruda.
De acordo com o titular da DHPP Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, os três suspeitos foram detidos em operações diferentes, em Vitória e na Serra. Eles são: Maykson Motim da Conceição, de 27 anos; João Emanuel da Conceição Caetano Alves, de 23, e Luiz Henrique Ribeiro Dias, também de 23.
"O suspeito de 27 anos, responsável por planejar o crime e dar cobertura à ação do atirador, foi detido no dia 14 de dezembro do ano ado, durante uma edição da Operação Caim. O suspeito de 23 anos, responsável por efetuar os disparos de arma de fogo contra a vítima, foi preso em 20 de setembro de 2020 e o mandado de prisão do homicídio foi cumprido após três meses, no dia 17 de dezembro", contou o delegado.
O terceiro suspeito de 23 anos, responsável por monitorar e indicar o veículo da vítima para os executores foi detido nessa quarta-feira (13), durante uma Operação da DHPP Serra, no bairro José de Anchieta, no município da Serra.
De acordo com a autoridade policial, a motivação do homicídio seria uma desavença ocorrida no ado entre um dos suspeitos e a vítima, e, também, pelo fato de o agente realizar abordagens a traficantes no bairro José de Anchieta.
"Há 10 anos a vítima era proprietário de um lava-jato em José de Anchieta, local esse que era constantemente frequentado por agentes da segurança pública. Isso começou a atrapalhar o tráfico de drogas do bairro, na época gerenciado pelo suspeito de 27 anos. Em determinado dia daquela época, o suspeito de 27 anos foi até o lava-jato armado com uma .38, entrou e ordenou que a vítima fechasse o comércio, já que estava atrapalhando o comércio ilícito daquela região", contou o titular da DHPP Serra.
Segundo Sandi Mori, os dois entraram em luta corporal e a vítima expulsou o suspeito de lá, na ocasião. Desde então, ficou um clima acirrado entre os dois, sendo que um ficava ameaçando o outro constantemente de morte.
O crime
De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, no dia do crime, os primos saíram de Vitória, onde moravam e foram até o bairro José de Anchieta, na Serra, e lá se encontraram com o terceiro envolvido, na manhã do crime.
"Nesse dia, os três decidiram por matar o agente socioeducativo, porque já sabiam que ele iria até lá para receber alguns aluguéis e também visitar os parentes. O suspeito de 27 anos, então, espalhou olheiros pelo bairro para que eles avisassem o trio sobre o momento em que a vítima chegasse. Com a confirmação de que a vítima estava na área, o executor se posicionou em uma escadaria próxima da casa onde estava o alvo à espera dele. Quando o agente deixou a casa, o suspeito de 23 anos foi em direção ao veículo e abriu fogo, o atingindo com dois disparos", contou o delegado.
Ainda de acordo com o titular da DHPP Serra, após os tiros, o mandante do crime, de 27 anos, foi até o local do crime e tentou pegar o revólver do agente socioeducativo, mas não conseguiu, porque a arma estava na cintura da vítima e também devido à aglomeração de pessoas no local.
"O terceiro suspeito confessou participação no crime e fala que foi o responsável por apontar o veículo da vítima, pois era o único que conhecia o veículo dele, e delata a coautoria dos primos. Já o suspeito de 27 anos negou ter participado da execução e responsabilizou o primo de 23 anos pela morte do agente, que, por sua vez, também negou e acusou o primo. Porém, nós temos provas, existem indícios suficientes para indiciar o trio no caso", explicou Rodrigo Sandi Mori.
Os três responderão, agora, por homicídio consumado, qualificado. A pena pode chegar a 30 anos de detenção.
Créditos (Imagem de capa): Divulgação / Polícia Civil
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